Homilia - 07/08/2022 - XIX Domingo do Tempo Comum
Este mês de agosto é dedicado mais particularmente às vocações. Neste primeiro domingo, lembramos os ministros ordenados: bispos, padres e diáconos.
O tema central de hoje é a vigilância. Poderíamos pensar logo na segurança pessoal nas ruas de nossa cidade ou em nossas casas e moradias, mas o Evangelho de hoje não se refere à vigilância da polícia ou de outros sistemas de segurança, fala do cristão que deve permanecer em vigilância, com a lâmpada acesa, à espera do patrão que pode chegar a qualquer momento, e ao qual deve prestar contas da administração de sua vida.
No Evangelho de hoje, Jesus nos diz para ficarmos de alerta. A expressão "estejam com a roupa bem presa com o cinto..." significa para estarmos em estado de prontidão para quando Ele chegar. Antigamente, quando se usavam longas túnicas, que atrapalhavam os movimentos, usavam-se faixas em torno do abdome, na altura dos rins, para prender a túnica e facilitar os movimentos" E as “lâmpadas acesas" têm o mesmo significado. Devemos permanecer em estado de prontidão, com a lâmpada acesa, para quando Ele chegar, sem aviso, não haverá tempo para providenciar pavio e óleo para acender a lâmpada...
“’Sejam como os empregados que esperam pelo patrão, que vai voltar da festa de casamento. Logo que ele bate na porta, os empregados vão abrir imediatamente. Felizes aqueles empregados que o patrão encontra acordados e preparados!”
O tema de hoje, portanto, é a vigilância. Eu e você precisamos estar preparados. Se você soubesse que hoje é o último dia da sua vida, o que você faria? Quantas respostas haveria? Talvez diriam: “olhe, vou fazer uma boa confissão”, outros diriam, “ah, eu vou perdoar todas as pessoas que me ofenderam”, “ah, eu iria pedir perdão a todos aqueles que eu ofendi”, “ah, eu iria repartir o que eu tenho a mais com os pobres”. E o que te impede, meu amigo, minha amiga, de fazer isso hoje, mesmo sabendo que talvez hoje não seja o último dia da sua vida?
Fazer assim é estar preparado. Não sabemos nem o dia e nem a hora. Eu preciso viver como se este dia, como se esta hora fossem os últimos na minha vida. Se eu viver assim o dia de hoje, tenho certeza que estarei preparado, porque se o Senhor vier no dia de hoje, não vai haver desespero para mim e nem para você.
O Senhor sempre está chegando. Estamos preparados para receber Jesus a cada momento? Não apenas no fim da vida, quando convidar-nos para a eternidade, Jesus se apresenta em muitas oportunidades.
Nesta celebração eucarística, na hora da comunhão Ele está chegando. Estamos preparados para recebê-lo?
E quando nos visitar em nossa dor, quando vier com sua cruz e sofrimento, estamos atentos para recebê-lo com amor?
Há tantas oportunidades em que o Senhor nos quer visitar. Devemos sempre estar esperando por ee. Quem sabe, ele quer nos visitar sob a aparência de um pobre, com o aspecto de uma pessoa diferente e estranha. Saberemos reconhecer Jesus sob o disfarce de um jovem drogado, de um andarilho, de um doente?
Será esta a dificuldade na hora do juízo final: “Quando é que vos encontramos com fome, com sede?”.
Jesus está no meio de nós, ele não se ausentou do convívio humano, mas talvez se apresenta de forma diferente. Feliz aquele que o reconhece, feliz quem está vigilante e atento à sua presença.
“Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando chegar”!
Frei Gunther Max Walzer