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Homilia - 02/10/2022 - XXVII Domingo do Tempo Comum

No Brasil, há vários anos, o mês de outubro é um dos meses temáticos dedicado às missões.

Ontem, no dia 1º de outubro, celebramos a festa litúrgica de Santa Teresinha do Menino Jesus, abrindo o Mês Missionário em toda a Igreja. Santa Teresinha é a padroeira das missões.

Ela disse que não se contentava com uma única missão. Queria andar o mundo inteiro pregando sobre a cruz de Jesus, fazendo da sua vida uma missão. Por isso, ela dizia que nem no céu ela ficaria sem trabalhar, nos prometendo derramar uma chuva de rosas em forma de benção a todos nós.

Outra grande festa se aproxima, a festa de São Francisco de Assis, o nosso padroeiro da Ordem Franciscana e dos seguidores da espiritualidade franciscana.

São Francisco de Assis foi missionário?

Sim, através do seu testemunho, São Francisco atraiu, atrai e atrairá muitos homens e mulheres, de todas as idades e culturas, a uma profissão de amor a Jesus Cristo, que se resume num convite: O amor não é amado, por isso vamos amar o amor!

Assim, São Francisco de Assis, com a sua conversão, representa não só  um marco para a sua vida pessoal, mas também um marco para toda a Igreja.

E o que fez da conversão de São Francisco um missionário? Simplesmente a sua missão, pois a sua conversão o levou a “lançar-se” ao serviço de Deus: “Vai Francisco, reconstrói a minha casa!”

“Buscar a paz, a salva-guarda da natureza, a promoção do diálogo entre todos os homens, Francisco é um verdadeiro missionário em tudo isto. Mas o é a partir de Cristo – declarou – Cristo é, de fato, ‘nossa paz’. Cristo é o próprio princípio do cosmos, pois nEle tudo foi feito” (Bento XVI).

Nós somos missionários?

Somos missionários pelo nosso batismo. Mas, o que é ser missionário? Missionário é aquele que leva Jesus, aquele que leva boas notícias.

Como fazer para se tornar missionário? Vivendo como testemunha, testemunhar com a vida que se conheça Jesus.

O Papa Francisco disse: “Testemunha é a palavra-chave; uma palavra que tem a mesma raiz e significado de mártir. Os mártires são as primeiras testemunhas da fé: não por palavras, mas com a vida”.

Perguntemo-nos: Como é o meu testemunho?

Não nos tornamos testemunhas do Evangelho com crenças e pelo tamanho da nossa fé, mas com a qualidade da fé que confia, mesmo quando tudo parece se contrapor, como acontece no cenário descrito por Habacuc (Hab 1,2-3).

O profeta Habacuc reclama com Deus por aquilo que anda mal na sociedade, ele só vê violência, corrupção, opressão, roubalheira, disputas, rivalidades e desentendimento. A justiça anda longe da vida do povo. Então o profeta questiona a Deus, que parece ser indiferente ao que está acontecendo com o povo, e, angustiado, pergunta a Deus: “até quando, Senhor?”. A resposta divina veio logo depois que o profeta terminou seu desabafo. Ao profeta Habacuc Deus garante: “Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé” (Hab 2,4).

Ser missionário é ser uma pessoa de fé, é ser um justo, é ser um servidor do projeto divino. Alguns deixam sua terra e vão para terras distantes, outros, como nós, ficamos por aqui mesmo, mas não isentos do compromisso missionário de todo batizado.

Como podemos avaliar a nossa fé?

Diante do pedido dos discípulos de aumentar a fé, Jesus esclarece qual é o critério que devemos ter para avaliar a fé. Primeiramente, Jesus está corrigindo os discípulos. Eles parecem querer mais fé, maior quantidade. Jesus responde que a fé não depende do tamanho mas da qualidade.

Jesus compara a fé com a semente de mostarda, cujo tamanho é insignificante, mostrando que a força da fé não depende de sua grandeza. Importante é e o que interessa são as potencialidades contidas na própria semente. De uma semente pequena cresce um árvore enorme. “Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: ‘Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!’ E ela obedeceria” (Lc 17,6).

Jesus, ainda, conta outra parábola. Um servo cumpre naturalmente as ordens de seu senhor, trabalhando no campo, sem pretender com isso algum prestígio, porque sabe que está cumprindo o seu dever. O que Jesus quer dizer? Se o pedido dos discípulos era para crescer na fé, Jesus responde: o discípulo cresce na fé quando se coloca à disposição para servir.

Mas, o que é o serviço? Poderíamos pensar que consistisse apenas em sermos fiéis aos próprios deveres ou na prática de qualquer obra boa. Mas, para Jesus, é muito mais. Jesus nos pede, mesmo com palavras muito fortes e radicais, uma disponibilidade total, uma vida totalmente disponível, sem olhar a cálculos nem conveniências. Porque é tão exigente? Porque Ele nos amou assim, fazendo-se nosso servo «até ao extremo» (Jo 13, 1), tendo vindo «para servir e dar a sua vida» (Mc 10, 45).

Portanto, esse serviço tem de ser desinteressado, sem buscar reconhecimento ou alguma compensação. ”Quando tiverdes feito tudo, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.

Será que nós estamos dizendo isso?

As pessoas de fé testemunham o Evangelho pela qualidade da fé que sempre se transforma em serviço.

Frei Gunther Max Walzer

 

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