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Homilia - 18/12/2022 - Quarto Domingo do Advento

Já acendemos a 4ª e última vela da nossa coroa de advento. O nosso presépio, também, já está pronto. Passando no centro de nossa cidade e no Shopping Center, percebemos as pessoas caminhando com pressa, percebemos muita correria e agitação. Afinal, a gente tem que deixar tudo pronto para o Natal. É tempo de compras, férias, viagens, presentes, cartões. Até podemos perceber que estas coisas todas deixam nas pessoas um certo clima de nervosismo, esgotamento e cansaço. Perde-se tempo com tantas coisas de tão pouco valor, mas que socialmente devem ser cumpridas. Queremos fazer de tudo para que o Natal seja uma festa bonita e, até lá, tudo esteja pronto.

Talvez não possamos fugir da agitação de nossos dias, mas jamais podemos deixar de lado o sentido e a razão profunda deste tempo de Advento, isto é, a vinda do Deus Salvador. E esta vinda não se prepara com um cartão de Natal ou com um presente, mas se prepara com as portas abertas do nosso interior, as portas abertas do nosso coração.

Na leituras de hoje (Is 7,10-14), encontramos o anúncio de um nascimento especial. O profeta Isaías anuncia um sinal: em vez de morte e destruição haverá o nascimento de um menino. Para indicar que esse menino é sinal de salvação, Isaías lhe dá um nome muito especial: Emanuel, que significa “Deus conosco”.

No Evangelho de hoje, José recebe o anúncio do menino que vai mudar o rumo da história humana. Um menino vai nascer, concebido pela intervenção do Espírito Santo. Será filho de sua noiva, Maria.

Como sabemos, Maria era noiva de José. Ainda estavam morando na casa dos pais, quando ela contou a José que estava grávida. José, certamente, já havia percebido que sua noiva estava grávida, mas não dele. Nos dias de hoje, uma revelação dessas seria traumática, imaginemos isso há dois mil anos atrás. Se José quisesse cumprir a lei, então precisava levar Maria diante do tribunal. Isso significaria seguramente sua morte. Ela seria apedrejada. José sempre zelava pela sua dignidade, por isso não quis denunciar a noiva. O Evangelho diz que José não quis denunciá-la, quis ser justo com sua noiva. Por isso, esperava uma ocasião para abandoná-la secretamente.

Agora só Deus mesmo pode solucionar esse impasse. “Apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: ‘José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa; porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados’”.

Nesta anunciação, temos dados muito importantes. A descrição do sonho de José o faz compreender sua missão como pai adotivo de Jesus, isto é: possibilitar que Jesus fosse legalmente considerado descendente de Davi.

Outro dado importante: O menino terá o nome de Jesus, que em hebraico significa “Javé salva”. A espera do povo foi finalmente recompensada: Deus enviou seu próprio Filho para a salvação de todos.

O anjo retoma para o menino as palavras do profeta Isaías: ele será Emanuel, Deus conosco. Neste menino o nome “Deus conosco” terá um significado surpreendente: Deus se faz gente, solidário com a humanidade sofredora.

A salvação nossa está em Cristo. Por isso, vamos ficar firmes no essencial que é Jesus Cristo, presente no meio de nós pelos sacramentos. Não precisamos recorrer a expressões devocionais, na maioria das vezes com caráter mágico ou esotérico.

Já estamos às vésperas da celebração do Natal. Hoje acendemos a quarta vela em nossa coroa do advento. Como foi a nossa preparação para a festa de Natal?

Permitam fazer uma comparação. Assim como numa fruta distinguimos duas partes, a casca e o conteúdo, assim também, no Natal, encontramos a casca e o conteúdo. Quantos cristãos, até agora, ficaram na casca. Quero dizer: na parte exterior, nas coisas secundárias como: roupas, presentes, ceias, jantares, cartões, festinhas, amigo secreto, decorações natalinas, brilho de Natal!

Muita gente nem se lembra do conteúdo de Natal, nem se lembra mais do personagem mais importante de Natal. Jesus foi trocado com Papai Noel. Nossas crianças crescem ouvindo falar mais de Papai Noel do que de Jesus.

E o nosso Natal, como vai ser? Vamos festejar o nosso aniversariante Jesus, ou vamos ter a visita de Papai Noel? Quem vai estar enfeitando a sala de sua casa? Um presépio com Jesus, Maria e José ou o Papai Noel e pinheiros cobertos de neve em pleno verão brasileiro?

Irmãos e irmãs, o Natal é uma festa maravilhosa, festa do amor, da paz, da fraternidade! Mas é, também, uma festa que nos questiona e compromete.

Jesus nos questiona sobre nossa atuação em casa, em nossas famílias e comunidades. Vemos tanta coisa errada, vamos começar pela aceitação e respeito com cada pessoa, pelo diálogo na família. Todos nós podemos fazer algo em nossa família, na vizinhança, no prédio em que moramos, na comunidade paroquial à qual pertencemos. Todos nós podemos e devemos, como cristãos que somos. Tenho certeza de uma coisa, tudo que fizermos por alguém, tornar-se-á fonte de alegria e felicidade.

Tenhamos coragem de viver o Natal no seu sentido verdadeiro.

 

Frei Gunther Max Walzer

 

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