Homilia - 11/08/2019 - XIX Domingo Comum
Mês de agosto, mês vocacional ! Hoje celebramos o Dia dos Pais! Parabéns aos pais! Quero estender minha saudação a todas as famílias que se fazem aqui presentes. O Dia dos Pais motivou os Bispos do Brasil a escolher este Domingo para iniciar a Semana da Família. O tema para este ano de 2019 é um pergunta: “A família, como vai?” Todos, conhecemos as dificuldades pelas quais a família passa, em nossos dias. Não somente as dificuldades materiais, mas também aquelas dificuldades que surgem pela falta de valores que edificam a família. Como está a sua família?
No dia de hoje, celebramos também a festa de Santa Clara de Assis, uma mulher que, com São Francisco de Assis, encontrou o verdadeiro tesouro que dá o verdadeiro sentido à vida. Por Jesus Cristo se apaixonou e dedicou sua vida toda a Ele. Ainda, nesta semana, dia 14, quarta-feira, celebramos a memória do martir São Maximiliano Kolbe, um sacerdote franciscano polonês, que na última guerra mundial foi preso num campo de concentraçao e, num gesto de total desapego, entregou a própria vida para salvar a vida de um pai de família condenado à morte.
O Dia dos Pais, como o Dia das Mães, é um dia de festa e de emoção. Com abraços e presentes os filhos e as mães envolvem os pais, e a família toda se alegra. A festa é promovida também pelo comércio e pela propaganda, que, às vezes, distorcem o sentido mais profundo deste dia. Na celebração litúrgica de hoje, a festa dos pais ganha destaque diferente.
O pai sempre é o ídolo de seu filho ou de sua filha. Quando criança, a gente vive nessa dependência e acredita em tudo o que o pai fala. A criança acha que o pai sabe tudo e, é claro, acha também que ele pode tudo. Mesmo depois de adultos, o pai nos acompanha como referência e apoio. Tradicionalmente, o pai é visto como o esteio do lar. Essa função, naturalmente, é partilhada pela mãe. Mas, no imaginário geral, é o pai que garante o sustento da família.
Pelo fato de ser pai, o homem se torna parceiro de Deus. Pai e mãe, ao transmitir a vida, tornam-se continuadores do ato criador de Deus. Esta é a corrente da vida: a transmissão da vida de pais para filhos.
O homem torna-se parceiro de Deus, um administrador dos bens que Deus nos deu. Não somos proprietários do mundo, das pessoas; os pais não são proprietários de seus filhos. Somos administradores, ecônomos. Somos sinais daquele que, além de Senhor do mundo é também o seu cuidador.
O Evangelho de hoje nos fala da vigilância: “Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando chegar”. A vigilância é uma atitude humana. Faz parte da natureza humana, precaver-se para que nossa vida não seja roubada. Somos vigilantes na saúde, para não ficarmos doentes, vigilantes em nossos projetos para não darmos o passo maior que a perna, vigilantes com nossos bens para não perder ou não ser roubado, vigilantes em nossas famílias, para que a mesma não seja assaltada, tanto em sentido material, como no sentido moral; assaltada com valores que não sejam cristãos.
Vejamos, por isso, o assunto da vigilância de que fala Jesus no Evangelho não é estranho. Mas, é justamente por termos tantos cuidados com tantas coisas que podemos ser atacados e prejudicados em nossas vidas, que Jesus chama atenção para ficar vigilantes com relação aos valores de Deus em relação à vida eterna. É um tema que cabe muito bem em nossos dias, considerando o fato de Deus estar sendo cada vez mais esquecido, considerando que os valores do Evangelho estão ficando cada vez mais distantes de nossa gente na sociedade, em nossas escolas e em nossas famílias.
Por isso, as leituras que ouvimos, inclusive a 2ª leitura, descrevendo o valor da fé na vida cristã, pedem vigilância para não sermos iludidos com teorias estranhas, com projetos de vida que prometem futuros brilhantes com bastante prosperidade.
Hoje, recebemos tantas propostas que prometem vida diferente, vida confortável, vida tranquila... mas com garantias terrenas, ou seja, que acabam. Se não estivermos vigilantes em nossos valores, principalmente dentro de nossas famílias, seremos assaltados e, com certeza, nossas famílias ficarão reféns de valores que nos “roubam” serenidade e paz dentro da gente e dentro de nossas casas.
Hoje, celebramos o “Dia dos Pais” e podemos nos perguntar: O que é um pai ou uma família vigilante?
A família – o Lar cristão – Igreja Doméstica – é a célula básica da sociedade. Deus nos coloca numa família para que nela aprendamos a amar. Ele espera que extravasemos esse amor para a vizinhança, para o bairro, para toda a cidade, para o mundo.
Dentro da família, o pai é o apoio, o amparo, a proteção, tal como São José o foi na Sagrada Família.
Precisamos de muitas orações pelos pais, para que eles tenham saúde, caráter, amor no coração e para que eles sejam amados e respeitados pelos seus filhos, que se espelharão em seu pai para construir a sua própria vida.
E, mais importante do que tudo isso, que nossos pais sejam educadores de seus filhos na fé, transmissores da fé em Jesus Cristo e deem testemunho de discípulos-missionários de Jesus Cristo.
Uma prece especial fazemos pelos pais e avôs que já nos precederam e já se encontram no convívio da família celeste.
Da mesma maneira, aos pais presentes, que Deus abençoe os pais de todo o mundo. Sendo eles abençoados, as famílias o serão e a humanidade poderá conhecer uma vida melhor.
Frei Gunther Max Walzer