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Homilia - 08/01/2023 - Solenidade da Epifania do Senhor

Acabamos de comemorar as grandes festas do fim do ano, Natal e Ano Novo. Festas de muita luz e muito brilho. A cidade está cheia de luzes. Não só para iluminar a noite, mas também para nos indicar rumos na busca da sonhada felicidade e da verdadeira paz. Muitas vezes, ficamos ofuscados por tantas luzes. As propagandas, através de anúncios luminosos, oferecem uma felicidade ilusória. A televisão e a internet são outras fontes que não economizam as luzes da publicidade, oferecendo produtos que prometem a satisfação de necessidades nem sempre reais.

Em meio de tantas “luzes” acabamos afligidos por perguntas sem respostas: o que é o certo? Onde está verdade? Para onde ir? O que fazer? A quem procurar?

A festa de hoje é a Epifania, popularmente, é conhecida como Festa dos Santos Reis. Deus manifesta-se através de um menino que nasceu em Belém.

O Evangelho nos conta que os “magos” que foram visitar Jesus viveram essa mesma experiência: saíram dos seus países de origem “seguindo a estrela” e, de repente, justamente às portas de Jerusalém, ela desaparece. A quem recorrer nesta situação constrangedora e angustiante em que vivemos atualmente?

Onde encontrar o Menino que seria aquela pessoa que estavam procurando? Eles vão diretamente ao palácio de Herodes, atitude óbvia, pois Herodes é o rei, logo, se nasceu um bebê importante, este deve ser o filho do rei. Mas o rei não sabe de nada. O bebê não está ali.

Herodes, então, reuniu os Sumos Sacerdotes e doutores da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias. “Na cidade de Belém, no território de Judá”, responderam. “Será um chefe e Pastor do Povo de Israel, como está escrito no Livro Sagrado”. Essa resposta revela que eles conheciam bem as Escrituras. Mas, apesar disso, eles não acreditaram, nem foram atrás do Messias recém-nascido, não aceitaram Jesus.

Os magos continuaram sua busca e, tendo encontrado do Menino, ofereceram-lhe seus presentes

A narrativa dos magos deve ser interpretada não como um simples fato histórico, mas como a síntese do sentido da festa de hoje: a Epifania, a festa da manifestação de Deus. É a festa na qual Deus se manifesta a todos os povos.

O evangelista Mateus faz questão de sublinhar o fato de os Magos terem vindo do Oriente, isto é: não são judeus.

Às vezes esquecemos que nós também pertencemos àqueles que vieram de fora, do meio dos pagãos. Se hoje há cristãos entre todos os povos da terra, é porque os primeiros cristãos, todos de origem judia, se abriram para acolher os não-judeus. Os apóstolos, sobretudo Paulo e seus companheiros, pregaram o Evangelho a todos. O Evangelho é a grande “estrela” que conduziu a Cristo todos os que o aceitaram na fé. Assim, todas as nações são chamadas a seguir essa luz. Talvez sigam caminhos diferentes para chegar.

Jesus veio para todos nós: para os jovens e os idosos, para os intelectuais e os sem estudo, para as pessoas de qualquer cor e de qualquer estilo de vida. Ele veio para nos mostrar Deus como nosso Pai, veio para ser uma Luz para a nossa vida.

Sim, Deus vem para todos: para mim e para cada um de meus irmãos. Como posso, então, olhar para meus irmãos como competidores, como inimigos, como pessoas que me incomodam? Se Jesus veio para a minha salvação e veio igualmente para a salvação do meu irmão, como pode haver no meu coração outra coisa além de amor e gratidão? Esta é a realidade última à qual todos nós deveríamos estar atentos: o mundo é sustentado por um Deus que é Amor, que, por Amor, não hesitou em se fazer pequenino, pobre e indefeso.

A festa da Epifania faz nos sentir peregrinos na fé. É verdade que sentimos também o cansaço do caminho. A vida, muitas vezes, se nos apresenta como uma luta, um cansaço que parece não ter fim. Para muitos a vida é sofrimento, uma coisa sem sentido. Mas todos nós trazemos dentro de nós, lá no fundo do coração, alguma brasinha da fé que nos diz: Deus não nos espera do outro lado desse mar da vida. Ele veio ao nosso encontro e ele mesmo tornou-se a luz, a estrela que nos guia.

Esta é a luz que deve brilhar no mundo. Certa vez, Jesus chamou a atenção das pessoas que o seguiam, dizendo: “Vós sois a luz do mundo”.

Podemos afirmar, sem medo de errar, que nossa sociedade está ficando cada vez mais escura porque estamos colocando Deus de lado. As drogas escurecem a sociedade, a violência, a falta de respeito, a desigualdade social, o medo que temos pela falta de segurança, são resultados de uma sociedade escurecida... falta a Luz de Deus. E quem sabe, falta a nossa luz!

Hoje, devemos nos perguntar: — que luz brilha em minha vida? Ou então, de modo mais radical, a gente se deve perguntar: — o jeito que eu vivo acende ou apaga a luz de Deus? A bondade, a fraternidade, a honestidade, o respeito pelo outro... são comportamentos que acendem a luz divina entre nós. Brigas, grosserias, desrespeito, corrupção, busca de prazer desenfreado, egoísmo, vícios, desunião na comunidade apagam a Luz de Deus em nós e em nosso meio.

Em resumo: eu estou acendendo ou apagando a Luz de Deus no mundo? Eu estou acendendo ou apagando a luz de Deus na comunidade, na família, no meu trabalho...?

Que Deus nos ilumine hoje e sempre com a sua graça. Que a sua Luz brilhe em todas as nossas ações. Que a Estrela da Fé nos conduza ao Presépio, à manjedoura. Foi lá que Jesus nasceu. Foi lá que a Luz se manifestou aos magos e a nós. É lá que encontramos a Luz que não se apaga, a nossa salvação.

Amando-nos mutuamente seremos o que Deus quer que sejamos. Assim, só assim, a Epifania do Cristo acontece em nossa vida e no nosso mundo!

 

Frei Gunther Max Walzer

 

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