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Homilia - 05/02/2023 - V Domingo do Tempo Comum

O Evangelho de hoje fala que os cristãos devem ser sal e luz no mundo. “Vós sois o sal do mundo!” Quanto custa um quilo de sal? Um pacote de sal refinado é o item mais barato de uma compra em um supermercado... Por que será que Jesus nos comparou com algo tão sem valor?

Não foi assim, Jesus nos comparou com o que havia de mais caro e sagrado naquela época. O sal era tão importante que servia como uma espécie de moeda, todos os que trabalhavam recebiam no final do mês a sua cota de pagamento em sal, daí veio a palavra salário como recompensa por nosso trabalho.

Além disso, o sal sempre serviu para dar gosto aos alimentos e principalmente como conservante. As bactérias não atacam uma carne seca ou uma carne de sol, por causa da grande quantidade de sal nela existente. Quando não havia geladeira e até mesmo nos dias de hoje, o sal era usado para salgar os alimentos e impedir que eles se estragassem antes do consumo. O sal era a geladeira do passado.

O Evangelho fala também da luz: “Vós sois a luz do mundo!” Vocês já imaginaram nossa vida sem luz elétrica, nesse calorão sem ventilador e ar condicionado? Temos medo de acontecer um apagão que afetou a vida de milhares de pessoas em nosso País, anos atrás. Vocês já perceberam que todas as coisas ruins e a maioria dos crimes ocorre na escuridão. É na escuridão que agem os ladrões, é na escuridão que acontecem os assaltos e homicídios!

Como é importante a luz! Sem ela ficamos perdidos. Todos nós já passamos pela experiência de ficar sem luz, e, a nossa primeira reação quando a luz acaba de repente é buscar uma vela, uma lanterna ou outra luz qualquer. Temos medo da escuridão, pois, ela representa perigo!

O texto do Evangelho é fácil de entender. Jesus aplica os exemplos do sal e da luz para a vida de seus ouvintes.

Ouvimos muitas vezes que "ontem havia menos violência, menos corrupção, menos maldade. Tudo piorou!". E, os culpados, quem são?

Se a casa fica escura ao cair da noite, não faz sentido alguém culpar a casa, pois é isso que normalmente acontece quando o sol se vai.

Se a carne se estraga e não dá mais para comer, podemos culpar a carne? Sabemos que é isso acontece quando se permite que as bactérias se desenvolvam.

Da mesma forma, se a sociedade se decompõe e seus valores morais desaparecem, quando tudo se torna um peixe mal cheiroso, é um contra-senso culpar a sociedade.

Deveríamos nos perguntar: “Onde estão aqueles a quem Jesus disse: ‘Vós sois o sal do mundo!’” .

Jesus, ainda disse: “Se o sal perder o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve...”.

Os cristãos podem fazer o sal perder o seu sabor. O sal é a Palavra de Deus. Como o sal penetra no alimento, a Palavra de Deus, deve ser assimilada e vivida por nós!

O sal pode perder o seu sabor. Como? Quando confundimos sal com açúcar. Quando tiramos o sabor da mensagem de Jesus, das exigências do Evangelho. Até nós mesmos podemos cometer o erro de querer adoçar o próprio sal. As exigências do Evangelho nos parecem, às vezes, muito fortes, por exemplo: quando Jesus ensina que se deva partilhar os bens, ou que devamos perdoar não só uma vez mas sempre. Muitas vezes tiramos o “sabor” da Palavra de Deus, preferimos “adoçar” a nossa vida, mas é assim que nossa vida se torna sem sabor.

E o que pensar de quem põe sal demais? Isto acontece quando cristãos se concentram demais em si mesmos, em seus movimentos, olhando só para si mesmos, e não chegam a salgar o mundo com sua presença e testemunho. Quando olhamos para dentro duma igreja, aparentemente, todos os fiéis são sal. Mas é fora do saleiro, fora das portas da igreja, que nós somos provados, se, realmente, somos sal. “Vós sois o sal do mundo!”, disse Jesus.

Jesus, ainda, diz que somos luz: “Vós sois a luz do mundo”. E acrescenta: “a vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam as boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

Comparando o texto do Evangelho com as Bem-aventuranças e outros textos, por exemplo: “a mão esquerda não saiba o que faz a direita” (Mt 6,3), parece haver uma contradição. Hoje, ele recomenda mostrar a próprias obras.

São duas orientações: lá se recomenda não exibir as próprias obras por vaidade, chamando atenção sobre si: aqui se constata que, se as boas obras estão sendo feitas como expressão do amor de Deus para com as pessoas, elas irão aparecer e provocar o louvor dirigido a Deus.

Jesus ilustra isso com duas comparações: se uma lâmpada é acesa para iluminar a casa, ela tem que ficar num lugar alto; não pode ser escondida debaixo de uma vasilha. Se uma cidade foi construída no alto do monte, todos a verão de longe, assim também, num mundo de trevas, ódio e violência, as boas obras devem aparecer como a cidade no alto do monte.

Quais seriam essas boas obras? Na primeira leitura de hoje, ouvimos o profeta Isaías falar em que consiste o “ser luz nas trevas”: repartir o pão com quem tem fome, acolher em casa os sem-abrigo, fazer desaparecer a opressão, deixar as conversas perversas, as fofocas, as mentiras.

Com tudo o que falei até agora: ser luz e sal da terra, você pode estar pensando: "é muito difícil ser assim e fazer tudo isso! Jamais vou conseguir ser assim!" Mas a parte boa dessa história toda é que nós não precisamos fazer um esforço gigantesco para conseguirmos ser assim, essa obra não é nossa, não depende das nossas próprias forças. A diferença quem faz é o Espírito Santo. É a Sua presença em nossas vidas que produz em nós a mudança, que nos faz ser sal e luz. O Espírito é quem nos diferencia.

Frei Gunther Max Walzer

 

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